In Poiesis



Da lágrima tua brota um briio
Que no escuro até da noite alumeia o zóio meu.
Dos teu zóio sai um fogo, um tanto frio,
Mas gostoso, que macio e mei mimoso amolece o peito meu.

Ah... se esse zóio me queresse
E numa noite me seguisse, me rendesse
E feito cão que o dono preza
Com os zóio me comesse.

Ah... se essa boca me mordesse
Feito a boca da menina, que na reza,
Mordera a boca escondendo o que lhe ardesse.

Mas na brasa desse fogo labareda já não cessa,
E o desejo já não passa e a carne já se apressa
E só se atiça no calor dos zóio que no escuro se confessa.


Ah!
Se esse zóio me queresse...

Adenivaldo Brito
A queda de Murdock: Ascenção do Demolidor

Prelúdio:
O ano é 1985. No Brasil, vivemos os primeiros momentos da nova república pós ditadura. Toda novidade ainda é vista com certa desconfiança. A cultura dos quadrinhos vive seu auge nessa época de ascensão para os heróis fantásticos e superpoderosos. Enquanto isso, nas terras do Tio Sam, o mercado editorial de comic-books vive uma de suas maiores revoluções até então: a DC comics, em um mega evento decorrido ao longo de um ano e no qual foram envolvidos todos os seus personagens, reformula completamente as bases de seu universo. Crise nas Infinitas Terras mudou para sempre a dinâmica das histórias em quadrinhos.
Após Crise, o mercado traçou novos rumos. A fórmula previsível e ingênua de se escrever quadrinhos foi deixada para trás no intuito de agradar a uma nova geração de leitores. As plurivivências absurdas dos personagens em incontáveis realidades paralelas foram extintas para que se priorizassem histórias mais lógicas e com algum fundamento científico. Os heróis seriam humanizados para que o leitor pudesse familiarizar-se com eles.  A iniciativa da DC funcionou e seus heróis, outrora agredidos pelo tempo e pela incompetência de alguns roteiristas e editores, ganharam vida nova e muitas cifras.
Do outro lado do mercado de quadrinhos, a Marvel Comics, concorrente direta nesse segmento, percebendo o bem sucedido apelo da DC, preocupa-se em também em dar um upgrade em sua grade de personagens. Histórias muito bem elaboradas são criadas nesse período e, entre elas está “DareDevil: Born Again”, traduzido no Brasil como: “Demolidor: A queda de Murdock”.
O Toque de (Midas) Miller
Anos 80: O Demolidor e Electra sob o lápis de Miller.
Desde sua criação em 1964, por Stan Lee e Bill Everett, o Demolidor sempre foi um personagem de segundo (às vezes terceiro) escalão. Um jovem advogado cego, nascido no pior bairro de Nova York, cujos sentidos foram espantosamente ampliados pela radiação, razão também de sua cegueira, após salvar um homem de ser atropelado por um caminhão de resíduo tóxico. Apenas isso. Sem poderes fantásticos como voo ou super força. Seria impensável comparar sua popularidade à do Homem-Aranha, por exemplo. Apenas quando o jovem Frank Miller, em 1979, assume os desenhos, vemos uma arrancada no sucesso do personagem.  Apesar de estar ainda no segundo ano de sua carreira como profissional, Miller traz ao título mudanças significativas. Seu desenho anatomicamente soberbo (já quanto à perspectiva, cenários e tal... nem tanto) agrada aos fãs do herói.
A alavancada nas vendas faz com que os editores concedam ao jovem artista controle total sobre o título, assumindo também os roteiros. Miller permanece no comando do demolidor até 1983. Ao fim desse período, o vemos experimentando seu gênio criativo ao lado do consagrado roteirista Chris Clearemont (Conhecido por salvar o título “X-Men” de ser cancelado) em uma minissérie em quatro edições para o personagem Wolverine, numa história que serviu de inspiração para o recente longa-metragem “Wolverine Imortal”.
Algum tempo depois, já na DC comics, Miller cria “Ronin”, uma minissérie não tão bem sucedida, mas ainda de relativo respaldo entre os admiradores do artista.
 Ainda na DC e já bem mais maduro, Frank Miller traz ao mundo aquela que, até hoje, é tida como a sua nona sinfonia: “O cavaleiro das trevas”, história criada para atualizar o Batman para o mundo pós Crise. Em seguida, o vemos ao lado do desenhista David Mazzuchelli escrevendo "Batman Ano Um", que reconta a origem do personagem. Mas esse não foi o início da parceria entre Miller e Mazzuchelli.
Quando um cego contempla o inferno
De volta à Marvel, de volta ao Demolidor, o artista recebe o desafio de ressuscitar novamente o herói com o seu toque particular. A proposta é aceita com uma condição: que a arte continue sob responsabilidade de David Mazzuchelli, sobre o qual Miller diz ser “apaixonado pelo seu desenho”. Eis que, ainda em 1986 (sim, tudo isso aconteceu em apenas um ano) É lançado “Born Again”, um ciclo de sete edições onde o herói cego da cozinha do inferno (bairro onde nasceu) é levado ao limite de sua sanidade.

Quando Miller deixou o título do demolidor em 1983, as coisas começaram a desandar. Mesmo em mãos capacitadas como as do roteirista Denny O’Neil e com o ótimo desenho de Mazzuchelli, as histórias não vingavam. O público parecia acostumado ao estilo Miller de escrever. Pois bem, ele estava de volta. E qual a ideia? Para ressuscitar o herói depois de um longo período de fracassos editoriais, Frank Miller e David Mazzuchelli apelam para uma jogada extrema: “Vamos destruí-lo!”. E é simplesmente isso que é feito com a personagem. O homem sem medo foi reduzido a cinzas.

Tudo começa quando Karen Page, ex-secretária e ex-namorada de Mattew (Demolidor) Murdock, vende o segredo de sua dupla identidade por uma dose de heroína. Karen havia desaparecido anos atrás, após romper com Matt. Para todos os efeitos, ela conduzia sua carreira de atriz em Hollywood. No entanto, sua busca pelo sonho americano não rendeu nada além de alguns papéis em filmes pornôs e o vício em drogas. De cara, este é o primeiro indício da genialidade de Miller: introduzir, logo nas primeiras páginas, uma personagem há muito esquecida pelos leitores, fazendo desta um estopim para uma série de acontecimentos brutais ao longo da história.
A atitude de Karen, como já era de se esperar, surte efeitos devastadores na vida do herói. Seu segredo vai parar nas mãos de seu arqui-inimigo, Wilson Fisk, vulgo Rei do Crime, o maior gângster da cidade de Nova York.
Assinatura. O rei explode a casa de Matt.
De posse de uma arma tão letal, Fisk poderia facilmente matar Murdock e pôr um fim à sua rivalidade. No entanto, o vilão prefere afundar o homem antes de derrubar o herói. Sem que se dê conta, Matt Murdock vê sua vida ruir. Escândalos profissionais são forjados, seus bens bloqueados pela receita, até mesmo a hipoteca de sua casa é fraudada. Antes, um jovem bem sucedido, um dos mais respeitados profissionais de sua classe, Matt se vê lançado em um turbilhão de situações extremas que o levam à beira da loucura. Como que num grand finale para o primeiro ato desta ópera diabólica, sua casa explode frente aos seus olhos. Obra do Rei.
Nos capítulos seguintes, vemos um homem em frangalhos. Literalmente na sarjeta, Matt Murdock luta contra si mesmo, tentando manter a pouca sanidade que lhe resta focada no intuito de confrontar Fisk e ter sua vida de volta. Cada personagem da trama se vê envolvido em um intenso drama psicológico. Foggy Nelson, melhor amigo de Matt e seu sócio no escritório de advocacia, tem de lidar com os surtos de insanidade e mania de perseguição do colega. Sua namorada, Glorianna O’Breen (Glory), se vê obrigada a pôr um fim ao relacionamento em decorrência da injustificada ausência de Matt. Pouco depois, Glory, acaba se envolvendo com Foggy. Ben Urich, repórter do Clarim Diário, ao tentar provar a inocência do amigo injustiçado, acaba tornando-se alvo das investidas do Rei do Crime, tendo sua vida e a de sua esposa constantemente ameaçadas. Karen Page, agora, além de ser atormentada por sua consciência, sofrendo por ter destruído a vida do único homem que amou, precisa fugir dos capangas do Rei, incumbidos de eliminar qualquer um que compartilhe do segredo de Murdock.
A trama é conduzida magistralmente. Enredo e arte se encontram em tamanha sintonia que, cada quadro, ainda que se ignore as legendas, parece induzir o leitor a articular aquelas mesmas palavras. Os diálogos de Miller, em especial os monólogos, são de uma beleza quase lírica. De mesmo modo, arte de Mazzuchelli impressiona por sua perfeição. Seu estilo, extremamente acadêmico, mas que, por vezes, permite lá seu exageros, seduz o leitor, induzindo-o a mergulhar na história como se a presenciasse de fato.
A partir do segundo capítulo, vemos um herói demolido. No início do fim, Murdock passa a agir como sugere sua alcunha de vigilante (Daredevil): um audacioso demônio, enfurecido, confuso, enlouquecido pelas circunstâncias. Aos seus olhos, todos são inimigos, todos tramam em prol do seu fracasso. Mas uma coisa já lhe é clara. Um rosto se faz nítido: o rosto de Wilson Fisk. Matt sabe que tudo o que se passa em sua vida reflete o modus operandi de um grande mafioso. O maior deles. Alimentado apenas por sua ira, ele se move através da cidade como um mendigo faminto até alcançar o covil de seu inimigo. Em uma cena que não pode ser descrita como uma luta, mas sim como um massacre brutal, o Rei do Crime finaliza sua empreitada destruindo a segunda metade de seu inimigo. O herói está em pedaços. O homem também.
Após ser surrado pelo Rei do Crime e "sepultado" nas águas do rio a leste de Nova York, Matt sobrevive para viver os piores dias de sua vida. Humilhado e destruído de todas as formas imagináveis, às portas da morte, ele encontra redenção. Uma voz voz familiar e braços igualmente familiares e acolhedores o resgatam. Os mesmos braços que acolheram quando criança, após o acidente que o deixou cego. A zelosa irmã Maggie seria a resposta para a questão do paradeiro de sua mãe?
Maggie mais uma vez a acolher Matt. Pietà?

Renascido? Até o título do quarto capítulo remete à ideia de uma cena sacra. No lay-out, a disposição dos objetos em cena parecem formar um cruz com Matt ao centro 

Ben Urich em sua cena mais dramática.
Karen e Matt finalmente se reencontram.
São claras as referências a imagens sagradas do catolicismo, como no momento em que o conjunto dos objetos em cena parece formar uma cruz tendo Matt ao centro e Maggie a consolá-lo (imagem acima). Como já dito, por mais acadêmico que se mostre o desenho de Mazzuchelli, é quando ele se permite a tais liberdades que mais temos a oportunidade de contemplar cenas memoráveis. O exemplo perfeito, e um dos momentos mais tensos da trama, seria quando Ben Urich, ao telefone da redação do jornal, acompanha sob ameaças o assassinato de um policial. Podemos notar o rosto de Urich deformar-se de espanto, chegando ao ponto de, no último quadro, ser a representação fiel da pintura impressionista "O Grito" de Edvard Munch.

Recuperado, Matt tenta recomeçar sua vida do zero. Agora, com a mente clara, seus passos são lógicos e bem definidos: primeiro, reestabelecer-se; depois, vinga-se. Muito acontece a partir daí. Karen finalmente o encontra e ao pedir perdão por ter lhe tirado tudo, ouve apenas: "Eu não perdi nada".
Em meio ao caos, o Capitão surge para auxiliar o homem sem medo.

Mas isso ainda não é o fim. Ciente de que seu oponente escapou da morte, Wilson Fisk, agora enfurecido e privado da razão, numa manobra de demasiada violência, ordena um ataque à cozinha do inferno, certo de que chamará a atenção do herói. Um insano soldado ufanista, transforma o lar do demônio desafiador em um inferno de fato. 

Tem início uma verdadeira guerra. Patriotismo e brutalidade se confrontam quando um aliado de enorme valor aparece para auxiliar o renascido Demolidor.
O reencontro e o perdão.

O diálogo diz tudo.
“Born Again” foi criado no intuito de, literalmente, desconstruir o homem sem medo. Levando-o à beira da loucura e, posteriormente, às portas da morte, Miller pretendia trazer de volta o herói com um novo fôlego. E deu certo. Sua ressurreição editorial foi uma das mais notáveis já vistas. Até hoje, a história é aclamada por crítica e fãs como a melhor fase do Demolidor, quiçá, uma das mais célebres sagas das histórias em quadrinhos. A razão para tanto? Fácil: Miller fragiliza o personagem ao extremo, expõe tudo o que há de mais humano no herói. Seus sentimentos, responsabilidades profissionais e pessoais, tudo é posto em xeque ao passo em que ele, Matt Murdock, caminha para a ruína. O fim do último capítulo, ao contrário do que se poderia esperar, foge ao consagrado clichê “herói derrota vilão e contorna totalmente a situação”. Em vez disso, vemos um novo homem caminhando para o início de uma nova jornada. Ele há de se reerguer, mas jamais será o mesmo.
No fim, um novo começo.


Anjos e Demônios


A ignorância é uma bênção!
É com essa frase de teor extremamente niilista, que na verdade, ironicamente, pertence ao Beatle John Lennon (consegue pensar em alguém menos niilista que Lennon? Só a Madre Teresa), que iniciamos o ano de 2014 para o espaço cult. A razão disso? Simples: é no mínimo curioso o fato, quando percebido, que os menos informados tem uma certa vantagem socio-interacional imediata sobre os que se esforçam para obter o mínimo de cultura. E qual seria esta vantagem? A tranquilidade em saber que é normal, comum, aceitável, boa praça, boa prosa... que fala o que os outros querem ouvir.
Não estou, com isso, afirmando que a sociedade em geral é ignorante... se bem que é!
Segundo Nelson Rodrigues “Toda unanimidade é burra”. Isso tem uma certa lógica. Apesar de parecer um posicionamento um tanto quanto preconceituoso, exprime com exatidão o sentimento de exclusão vivido pelo indivíduo que, percebendo estar deslocado em meio a um grupo que preza mais pelos valores estéticos e consumistas que ditam os padrões comportamentais na sociedade moderna do que pelo próprio crescimento intelectual/pessoal, volta-se para um casulo criado à partir de suas frustrações e dali, dificilmente se retira por conta própria. 
Esse indivíduo excluso, espólio de uma coletividade “perfeita”, de uma classe que se julga a espinha dorsal da humanidade, terá de manter-se à parte e a par dos movimentos sociais encabeçados por essa elite formada pelos resquícios da “geração coca-cola”. De fora, privilegiando-se com uma visão panorâmica e imparcial, esse sujeito será capaz de perceber o quão vazia é esta fatia da população. E o pior: ele percebe também que tudo e todos conspiram a favor da proliferação da ignorância coletiva.
Quantas vezes vemos na tv anúncios promocionais do último romance de Luiz Ruffato? Quantas das crianças que assistem aos desenhos animados que tratam comicamente da história do velho-oeste americano, seus cowboys e peles vermelhas, lerão, um dia, algum dos excelentes romances históricos de Dee Brown? Condicionado à ignorância e ao entretenimento de baixa qualidade, o cidadão não aprende. Se não aprende, não questiona. Se não questiona, continua em sua condição inicial de ignorância.
A oktoberfest e o carnaval possuem destaque em rádio e tv. E quanto às feiras de livros? Os seminários, congressos literários, as Comic-cons (a propósito, a primeira exposição internacional de quadrinhos se deu no Brasil no ano de 1951 em São Paulo. Alguém sabia disso?), os encontros anuais de estudantes universitários? Tais eventos se veem limitados a um certo nicho, uma parcela ínfima da comunidade. Obviamente, não há e nem haverá interesse externo (político) na promoção de tais acontecimentos. Afinal, a política do pão e circo é a mais viva herança romana em nossa sociedade. MORTE À SOCIEDADE JUDAICO CRISTÃ OCIDENTAL!!! (Cara, que saudade do Osama...).
Outro dia, estava eu sentado no sofá, entretendo-me com o conhecido jogo eletrônico “Dante’s Inferno”. Meu pai, um rústico senhor de cinquenta e quatro anos, semianalfabeto, ex-católico, recém convertido evangélico pentecostal, senta-se no sofá ao lado. Incialmente vislumbrado com a perfeição dos gráficos, ele fixa os olhos na tela. Sem demora, seu semblante maravilhado converte-se em espanto. Pouco depois, em horror. Chegando ao limite do que ele, enquanto um pai cristão pode admitir, olha para mim e diz: “Meu filho, isso não é coisa boa da gente ficar vendo não...”. A razão para tal medo? Simples: Ao descer aos nove círculos do inferno, Dante, protagonista do jogo, se depara com cenários grotescos (daí vem a expressão “dantesco”), legiões infindáveis de demônios e toda sorte de criaturas macabras. Sem mencionar a extrema violência mostrada no jogo. Como agora explicar ao meu pai, um rústico senhor de cinquenta e quatro anos (blá, blá, blá...) que a trama do jogo nada mais é que uma adaptação do clássico da literatura europeia “A Divina Comédia” de Dante Alighieri, escrita no início do século quatorze e consagrada como uma obra canônica? Tarefa difícil...

Os vinte e cinco minutos seguintes conduziram minha empreitada no intuito de “danteimizar” meu velho pai. No entanto, ele, enquanto homem de pouca escolaridade, possui o artifício da “falta de oportunidade” como justificativa à sua falta de informação. E os jovens que passam horas frente ao vídeo-game? Sabem da origem do jogo? Ao menos já leram a respeito da divina comédia? De fato, os jovens não são incentivados a buscar razões lógicas ou origens em suas atividades lúdicas. Apenas o entreter-se no momento já lhes é suficiente.
Não foi fácil explicar ao meu pai que, apesar do impacto visual das figuras abomináveis do jogo, os verdadeiros demônios o encontram todos os dias na rua, lhe cumprimentam educadamente e ainda o chamam de amigo. A sedução pela palavra e aparência são as verdadeiras marcas visíveis do inferno. Perguntei-lhe: “Caso quisesse atrair alguém, convencer esse alguém a segui-lo, como se apresentaria? Sob uma forma bela e alinhada, ou sob uma imagem já estereotipada como sendo a representação do mal?” Mensagem captada. Missão cumprida... ao menos em parte.
Cena do Jogo Dante's Inferno da produtora Visceral Games.
Tarefa ainda mais árdua seria tentar incutir no consciente de um indivíduo já estabelecido como ser pensante e independente, um pouco de conhecimento acerca de algo que não lhe desperte interesse. Vivemos tempos difíceis. E, nesses tempos de Ipod’s, um livro, um mero “gibi” que seja, tem seu espaço tomado pelos gadgets do momento. Não julgo a diversão pela interação virtual como vilã, apenas uma ferramenta mal administrada. Como já dito, não há incentivo à cultura. O adolescente que pende ao interesse pelo cult, muitas vezes o faz por conta própria, muitas vezes por influência de outros intitulados “NERDS”.
O fato é que o jovem que opta por ampliar seus horizontes e localizar-se em meio a um espaço interacional mais culto, terá uma visão de mundo mais complexa e intimidadora, enquanto que o indivíduo alienado e despojado de obrigações intelectuais ou morais, perceberá um mundo mais fácil e cooperativo. Sem conhecimentos, não há responsabilidades. É... são tempos difíceis! Quando a realidade se impõe como uma evidência não há forma de a contornar”. Palavras de Aníbal Cavaco Silva, presidente de Portugal.
Enfim, para evitar mais delongas neste que deveria ser apenas um texto introdutório para o novo ciclo do blog, deixo aqui uma pergunta para reflexão: será mesmo o homem produto do meio, como sugere Marx(istas)? Ou teríamos a habilidade de determinar os rumos do meio no qual nos inserimos, tornando-o, este sim, um produto de nossas ações planejadas. Bom, uma coisa eu afirmo: O sujeito que se permite moldar pelo ambiente, e não o contrário, jamais gozará da verdadeira noção de livre arbítrio. Jamais terá em sua vontade a capacidade de ser o fator determinante em sua própria existência. Este sim, há de conhecer (sem reconhecer) seus demônios.

“Tudo aquilo que te vier à mão para fazer, faze-o por tua própria força.”

 – Eclesiastes 9:10A.

O início... de novo.


Ipiaú-BA, 18 de fevereiro de 2014


Oi? Como, caro leitor? Não, não, não... isto não é uma carta. Não exatamente. Não. Também não perdi (ainda) a sanidade. Apenas gostaria de marcar a data da “ressurreição” (Aaaaaleluia!!!) do canal outside.

Devido a uma série de contratempos, entre compromissos profissionais e rotinas universitárias, nosso blog passou por um considerável período de hibernação. Nossas postagens foram interrompidas para que outras atividades pudessem ser encaminhadas e concretizadas.

O lado bom disso é: todo animal que hiberna, está, na verdade poupando energia no inverno, guardando suas reservas acumuladas para retornar à ativa na primavera seguinte. Pois então, a primavera acaba de chegar por aqui. Prepare-se, amigo leitor, toda a energia poupada será descarreagada agora no seu juízo!

Nossa... isso pareceu um tanto violento, né?
Tá. Desconsidere essa última parte.

Keep calm and... DON'T PANIC!!!

Estamos de volta! E vem coisa boa por aí...