Berkeley em Bellagio: do tabu ao totem



Sem dúvida, o erotismo constitui-se como marca de leitura na literatura ocidental e latino-americana. E o homo-erotismo se revela como lugar de enunciação em seus gestos e práticas investidos na legião livre da existência. Como um olhar que registra as vias urbanas, este mesmo olhar flagra os contatos homossexuais entre e com homens demarcados no disparate, tendo como medida as experiências on the road. (GARCIA, Paulo César. 2008).

 Outubro de 2002. João Gilberto Noll, gaúcho de Porto Alegre, até então com 56 anos e um histórico profissional que incluía a Folha de São Paulo (1970) e a Pontifícia Universidade Católica (lecionou no curso de Comunicação em 1975), apresenta ao mundo o provocante romance Berkeley em Bellagio.

Narrativa pós-moderna ousada e cativante, Berkeley em Bellagio foi mais que um novo trabalho; foi uma releitura de toda obra nolliana. Mais uma vez, como em A fúria do corpo (1981), a velha personagem ao estilo outsider é inserida na trama: expatriado por opção, residente das rotas internacionais, o João (este, personagem), homem de certa idade, intelectual, escritor homossexual, gaúcho de Porto Alegre, em muito se confunde com aquele João, o autor, de certa idade, intelectual, escritor homossexual... 

Capa de Berkeley em Bellagio
(2003, ed. Francis).
O João (personagem) de Berkeley em Bellagio anuncia-se como uma figura disposta a romper tabus. A linguagem poeticamente sensual, para não dizer obscena, empregada pelo autor, constrói junto ao leitor a visão de um Inocêncio VIII pós-moderno acerca da personagem. Esta, assim como aquele, sempre em busca de sangue novo para reavivar seus sentidos. Tal qual o papa, o intelectual gaúcho parecia crer no poder de transfusões como mecanismo mantenedor da vida. Porém, diferente do Santo Padre do século XV, o fluído desejado por João não era vermelho, e sim esbranquiçado. Não detinha o poder de sustentar a vida, e sim o de gerá-la. A sede (ou fome?) de juventude do João, sempre o levava a delírios ou aventuras inesperadas com boys em Berkeley ou com ragazzos em Bellagio. 

No percurso entre cortinas empoeiradas e o cascalho dos campos de Bellagio, surge a questão: qual a razão primordial para o elemento homoerótico em Berkeley em Bellagio? A riqueza criativa da obra de Noll se manifesta de forma violenta: o que de início parece ser um romance no mais banal estilo sex pocket book, revela um fundo politizador ao inserir uma minoria marginalizada nas rodas intelectuais de renomadas instituições acadêmicas. O homossexual, vítima de toda sorte de ofensas morais e físicas, aqui se mostra dominador de um certo espaço, na Universidade da Califórnia, onde ensina aos jovens frequentadores do Mcdonald’s um pouco sobre cultura brasileira.  

Fez três vezes em vinte dias Porto Alegre – São Paulo – Porto alegre de ônibus rumo ao consulado americano. Dinheiro emprestado, levando recortes de jornais comentando seu período como escritor residente em Berkeley, agora como futuro professor convidado, dando cursos sobre Clarice, Graciliano, Raduan, Caio, Mirisola e alguns outros, mais alguns cursos sobre MPB, quando ele cantava, ele que gostava de cantar desde pequeno, cantava sobretudo bossa nova e tropicália como um emissário de pérolas brasileiras que os alunos americanos pareciam receber com a efusão conveniente às melhores notas – para depois de formados poderem operar as mais produtivas relações internacionais para o país deles controlar melhor o cosmos. (NOLL, 2003. p. 14)

João (o autor) em muito se confunde
ao João (a criação).
Noll consegue expandir a imagem e a voz da classe representada por sua personagem de modo a torná-las um grito. Um grito que ultrapassa barreiras literárias e geográficas dizendo: “Estamos aqui! Somos seres viventes, pensantes e absolutamente COMPETENTES!!!”. Em pouco mais de 100 páginas o elemento, outrora marginal, torna-se centro (e centralizador) de uma gama de questões político-morais que perpassam a sexualidade e avançam rumo ao senso comum de competência intelectual. 

Segundo Foucault (2005), “A afetividade, o amor, o desejo e a relação sexual intersubjetiva assumem, na sua visão, importância positiva quando manifesta a si mesma as relações afetivas com o outro”. Noll envolve suas personagens em uma teia de desejo e sentimentalismo onde um, quase sempre, é decorrente do outro. A forma terna como João descreve, em detalhes, as mais explícitas cenas de envolvimento sexual, cenas estas que seriam sumariamente rejeitadas em outra narrativa, prende o leitor de modo a fazê-lo esquecer (ou ignorar) o fator homossexual ali contido. O execrável se torna contemplável. O sujo torna-se o poético. O tabu faz-se totem. 

A atmosfera ingênua, gerada pelo vilarejo de Bellagio, assim como a tranquilidade aparente do campus da Universidade da Califórnia, podem ser tomadas como elementos contribuintes para a visão terna que circunda cada palavra de cunho mais sexualmente agressivo. 

Quando saiu a conhecer o vilarejo de Bellagio, não conseguiu ver o que esperava encontrar numa aldeia italiana típica de filmes como ‘Cinema Paradiso’, ‘O carteiro e o poeta’; não via como dali poderiam sair histórias autenticamente pessoais, dramas, humor, malícia, tédio (NOLL, 2003. p. 21).


Cinema Paradiso
Notável é a perfeição sugerida pela escolha dos cenários. Notável também a citação de dois clássicos do cinema italiano dotados, assim como o livro em análise, de uma falsa inocência, um falso desinteresse em tudo além do que fica claro à primeira vista: o “Cinema Paradiso” (Nuovo Cinema Paradiso,1988), escrito e dirigido por Giuseppe Tornatore, mostra uma Itália pós-guerra sedenta   de algo que lhe afaste o cheiro de pólvora e sangue, onde a amizade entre menino e velho ilustram o poder transformador da arte sobre o destino do Jovem Toto. 
Já “O carteiro e oPoeta” (Il Postino/The Postman, 1994), dirigido por Michael Radford, narra uma fictícia história de amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda, exilado na Itália nos anos 50, e um camponês analfabeto, o qual Neruda alfabetizará, teoricamente para que este conquiste o amor da bela Beatrice. Na verdade, ao “educar” o jovem camponês, Neruda insere no indivíduo o conhecimento de sua condição enquanto membro de uma comunidade, tornando-o um ativista entre os conterrâneos. Berkeley em Bellagio se enquadra nesse mesmo status de falsa displicência. Enquanto que, à primeira vista, é um romance sem maiores pretensões, na medida em que o leitor se aprofunda no enredo e no universo do João (o autor e a personagem), descobre artifícios utilizados para gerar um sem fim de possibilidades argumentativas. 

Até mesmo a paranoia americana, vivida em sua máxima intensidade no período imediato à destruição de um certo ícone do capital, tem sua vez durante as caminhadas noturnas entre os campos de Bellagio ao som do cascalho sob os pés: 

Continuei ouvindo o cascalho, alguém se aproximava e devia ser por trás. Custei um pouco a me virar. Estar entre americanos é jamais abordar quem quer que seja com um olhar inoportuno, como se todos estivessem vivendo às margens da paranoia e a todos se exigisse que não a provocassem o suficiente a ponto de se ultrapassar um limite além do qual já não se pode responsabilizar ninguém pelos seus atos. Tudo era medido quando não se estava bêbado, que todos se segurassem em seus casulos, não se aproximassem de ninguém além do que a Democracia Americana, a única, soberana, pudesse conter em seu código relativo aos “Direitos e deveres Dialógicos” Esse o patamar para além do qual a História se encolhia tanto a ponto de se cristalizar platônica, sem nada mais pra redimir, elaborar, viver. Era a torre do Novo Capital se erguendo, basta... (NOLL, 2003. p.40).

Enquanto se camufla nas vestes de um romance despretensioso que provoca apenas por provocar, Berkeley em Bellagio vai abrindo portas no subconsciente do leitor e lançando sobre si mesmo uma atmosfera que vai se tornando gradativamente mais densa. Sua narrativa acelerada, dada em períodos contínuos, sem divisão por capítulos tópicos ou tomos, contribui para uma absorção frenética da trama. Essa estrutura de escrita acelerada é uma das marcas pós-modernas escancaradas no estilo incisivo (para alguns, até um tanto agressivo) de João Gilberto Noll. 

Reafirmando a capacidade de Noll de toteimificar o profano, o sujo, ele faz uso de uma normalização do incomum; o que para outros seria absurdo é exposto, é tratado, é humanizado e torna-se o centro de uma esfera narrativa incansavelmente provocante.

Ao ser pego abraçado a um colega no banheiro, abocanhando a carne de seus lábios, alisando seus cabelos ondulados, ele era o culpado – já o colega não, nem tanto; ele sim, apontado como o que desviara o desejo de outros jovens das “metas proliferantes da espécie”. Por que era ele o emissário de um mundo que os discursos dos padres condenavam ao silêncio sepulcral? Quem era ele afinal, por que se roía a ponto de o levarem para o Sanatório para ali se resolver impregnando-se de choques insulínicos, como se só na convulsão pudesse remediar um erro que ainda não tivera tempo de notar dentro de si? . (NOLL, 2003. p.22-23).

Se o homem é produto do meio, as personagens de Noll são produtos arquetipificados de sua visão de como deveria ser o meio. Elementos complexos e essencialmente humanos. Quase tangíveis em seus momentos de introspecção, suas reflexões sobre o mundo e sobre si mesmos. É em meio a essa complexidade que o autor concebe a suas personagens as ferramentas necessárias para fugirem ao senso comum, tornarem-se ícones enquanto representantes de uma minoria.

Poucos autores conseguem levar a patamares tão dignos assuntos tão polêmicos. No caso de Noll, a polêmica é também sua realidade, seu mundo, seu estilo de vida. Fato esse que o aproxima ainda mais de sua obra, que lhe concede ainda maior poder de desmitificar o tabu, fazendo da sua narrativa mais que um elemento de inserção cultural e sim, um mecanismo de obliteração da irracionalidade.


Me deixa ler seu corpo?


Assim se imprime na narrativa a marca do narrador, como a mão do oleiro na argila do vaso. (BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Kikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 7ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 2005)

Pensemos, inicialmente, num processo de criação literária. O que leva a criação de uma produção literária? Quais os fatores imbricados dentro deste processo? Eis questões que poderíamos ficar anos e mais anos refletindo e obtendo milhares e milhares de respostas. Para sermos mais preciso, pensemos na relação entre o produtor de uma obra literária e seu produto. Haverá alguma relação existencial, ou melhor, corporal entre autor e obra?
Por muito tempo, venho partilhando do discurso de que o mundo é um grande conjunto de seguimentos interligados (cosmo, físico, químico, cultural, entre outros) e, com isso, refletindo se as produções culturais e tecnológicas do homem estão tão desassociadas assim dos aspectos biológicos. Mas, afinal, há alguma ligação entre o corpo humano e suas produções artísticas?
Não podemos negar que nossos aparelhos biológicos neurais, perceptivos e psicológicos, que nos fazem armazenar informações, pensar o mundo e o idealizá-lo, são alguns dos principais fatores para as produções culturais. De fato. Parece até meio que obvio dizer isso, mas é fundamental referir-nos a esses fatores para não cometermos equívocos futuramente.
Penso que esses aspectos biológicos são fatores importantes para determinarmos nossas produções culturais – dando ênfase às criações literárias – enquanto produtos biológicos, ou melhor, produtos de nosso corpo. Mas há mais para fundamentarmos essa hipótese.
Por muito tempo, estudiosos vêm reproduzindo – não sei, ao certo, se foi a partir Freud ou Karl Marx - o discurso de que o homem não nasce homem, mas torna-se. Eis uma afirmação importante que concordamos. Não podemos negar que ao nascermos e passarmos da fase pré-edipina somos bombardeados de signos ideológicos que fundamentam o espaço sociológico do homem. Sim, estamos condicionados a perceber e significar o mundo de forma simbólica. Isso faz parte nossa natureza biológica e social, fato inquestionável de nossa essência.
Nesse contexto, em que a criança, ao nascer, encontra-se condicionada a um emaranhado de ideologias, cabe a esse individuo percebê-los, escolhê-los e os encarnar para se fundamentar enquanto individuo social.  Não podemos negar que todo esse processo acontece de forma idiossincrática, pois nem todos nós somos condicionados aos mesmos signos ideológicos. Daí percebemos nossas diferenças e semelhanças referentes aos nossos familiares, amigos, colegas, entre outros.
Mas, enfim, em quê a produção literária relaciona-se com todo esse processo do nascimento a constituição do ser homem, levando em conta suas características enquanto produto de um corpo biológico?
 Partindo de uma leitura marxista, podemos dizer que os signos ideológicos, que foram escolhidos entre muitos outros símbolos, idealizados e encarnados pelo autor, vão agora participar do conjunto de signos que podem ser encarnados na obra literária.  Talvez seja essa a razão que acarretou Silviano Santiago dizer, no seu livro Nas maias das letras: ensaios, que só se pode narrar a experiência de um jogador de futebol se for ou presenciar um jogador de futebol. Com isso, poderíamos considerar literatura uma extensão do corpo humano, tendo em vista sua essência enquanto produto de um aparelho biológico de um corpo humano e apresentar ideologias que um dia fizeram ou fazem parte do fundamento desse corpo humano produtor.
Levando em conta tudo o que foi dito até então, me deixaria ler seu corpo, se algum dia você criar uma obra literária? O pensamento de quem recepciona perguntas como essa poderia ser o mais inescrupuloso possível, considerando todo esse nosso contexto em que a sexualidade é colocada muito em evidencia.  Mas não nos contaminemos tanto assim.   
By: George Lima
  

A lenda do Cavaleiro das trevas - Parte 1: A marca do "Bat-Man"


O "Batman"de 1966: de tão ridículo tornou-se cult.
"Santa baboseira maquiada, Batman!" Com frases como esta, o menino prodígio iniciava um diálogo sem nenhuma profundidade,  mas que fazia a alegria das crianças nas noites de terça e quarta-feira da extinta TV Paulista (mais tarde incorporada à Rede Globo-RJ). Nesses dias, ia ao ar a série televisiva "Batman", estrelada pelo ator Adam West - já conhecido por alguns seriados e pontas em filmes de faroeste -  no papel do homem morcego e Burt Ward como Robin. A estréia nos Estados Unidos se deu no início do ano de 1966, chegando ao Brasil no segundo semestre do mesmo ano. 
Capa de Detective Comics #38: 
Surge o Menino Prodígio.
A série foi alvo de muitas críticas dos fãs. Entre os motivos estava a péssima forma do ator principal, cujo o uniforme de lycra apertadinho não ajudava nem um pouco. Outro fator que foi ponto de convergência para o desgosto de muitos, foi o tom cômico, para não dizer ridiculamente caricato, dado às aventuras. Esse último, infelizmente, não foi culpa dos produtores do programa; a verdade é que as histórias do personagem nas HQ's já vinham ganhando ares mais leves fazia algum tempo. Preocupados com a aceitação pela crítica e, principalmente, pelos pais que compravam as revistas como uma diversão saudável para seus filhos, os editores foram pouco a pouco substituindo o personagem soturno e de poucas palavras surgido no final dos anos 30 por uma versão mais sorridente, defensora dos bons costumes ao velho estilo escoteiro (quase um Superman). para tanto, um dos primeiros recursos utilizados foi a inserção de um parceiro mirim na trama. Robin foi uma perfeita antítese à concepção inicial do Batman, a sacada definitiva para atenuar a obscuridade do personagem. O menino prodígio surgiu em 1940, na edição 38 da revista Detective Comics e já a partir daí se notava uma gradativa mudança de personalidade no Batman. Ou seja: Sinta-se à vontade para culpar o Robin!

Primeiro encontro com Robin: Batman ainda tinha cara de mau.


Mas, afinal, de onde surgiu o Batman?

Em março de 1937, saía a primeira edição da revista Detective Comics, título da National Allied Publications, editora pertencente ao Major reformado da Cavalaria Norte-americana Malcolm Wheeler-Nicholson e que mais tarde se tornaria a atual DC Comics. Como sugere o título, a revista focava-se em trazer histórias de detetives e aventuras policiais. Naquela época, publicações específicas de histórias em quadrinhos não faziam mais do que apresentar compilações de histórias já publicadas em tiras de jornal. No entanto a Detective Comics, assim como os demais títulos da National, apresentavam histórias inéditas, o que chamou a atenção do público. Entre essas novidades, na edição de nº 27 a revista deu à luz aquele que se tornaria um dos maiores ícones desse segmento:  The Bat-Man (como era grafado originalmente). 
FInger e o "Bat-Man" de Kane.
Em 1939, incentivados pelo assombroso sucesso do Superman criado no ano anterior, os editores da National entram numa busca por novos super-heróis. É aí que Kane e Finger entram: o ilustrador Bob Kane é o primeiro a desenvolver um esboço do que seria o Batman. Para criar seu personagem, inspirou-se principalmente no ornitóptero de Da Vinci, o filme "The Bat Whispers" de 1930 (um remake do filme: "The Bat " de 1926) e também o Drácula de Bela Lugosi, filme de 1931. No entanto, o resultado disso não foi muito agradável aos olhos. Kane apresenta a ideia ao seu parceiro, o roteirista Bill Finger, que faz várias modificações, dando ao esboço do colega aquilo que entendemos hoje como sendo O Batman. Para tanto, Finger abole de vez a ideia do ornitóptero, substituindo as asas de morcego por uma capa, remove a pequena máscara xadrez estilo Robin e em seu lugar insere um capuz, além de sugerir que substituísse a roupa vermelha por um tom escuro e lhe desse luvas, já que seria um detetive. Pronto: Eis o Batman! Indubitavelmente, também serviu de inspiração para a dupla o filme "A marca do Zorro" de 1920, com a clássica atuação de Douglas Fairbanks no papel principal. Não apenas o "look" de vigilante noturno, mas também o estilo de vida de D. Diego de la Vega serviram de inspiração para que Finger construísse seu personagem. O roteirista não queria conceber uma criatura com dons sobre-humanos, mas sim um homem que superasse a condição humana, utilizando para isso apenas a astúcia e os recursos ao seu dispor. Ironicamente, o Batman, em sua essência, lembra muito o Übermensch de Nietzsche, bem mais que o próprio Superman de Siegel Shuster.
Filme "A marca do Zorro", de 1920.

Muitos fãs consideram Finger o verdadeiro criador do homem-morcego. Não fossem suas intervenções no esboço de Kane e o meticuloso trabalho na construção psicológica do personagem, poderíamos ter hoje, em vez do homem morcego, um malfadado homem pássaro (havia rumores de que o projeto inicial cogitava a substituição do personagem por um tal "Bird-Man"). Mesmo tendo sido o pai do cavaleiro das trevas que conhecemos hoje, Bill morreu (1974) sem ser reconhecido oficialmente pelo seu trabalho. As leis editoriais da época atribuíram todo o crédito da criação do personagem a Kane, que apresentou sozinho o projeto à editora. Atualmente na indústria dos quadrinhos, quando se quer afirmar que um profissional foi injustiçado, utiliza-se o termo "Fingered". Bill Finger foi homenageado postumamente com o prêmio Will Eisner e conquistou lugar cativo no "Jack Kirby Hall of Fame”.

 A idade das trevas para o cavaleiro das trevas

Nos anos 1950 os quadrinhos estavam vivendo o seu ápice. As grandes franquias se popularizavam cada vez mais e novos títulos surgiam em ritmo frenético. Era a transição da era de ouro para a era de prata das HQ's. Foi nesse cenário que iniciou-se uma perseguição sem precedentes: convencido de que os chamados comic book's representavam uma ameaça à boa índole da juventude americana, o psicólogo Frederic Wertham desencadeou uma violenta perseguição às histórias em quadrinhos, processo iniciado ferrenhamente através de seu livro "Seduction of the innocent" de 1954, no qual o Dr. Wertham utilizava toda sorte de argumentos descabidos para reforçar o poder marginalizador dos personagens em questão. 

Àquela altura, o mundo inteiro já possuía motivos mais que suficientes para um estado de desconfiança total. A paranoia anti-comunista era uma constante, principalmente nos EUA. Figuras populares como Charles ChaplinFred Zinnemann,  Albert Einsteinentre outros, eram investigados pelo governo norte-americano, suspeitos de atividades anti-democráticas e, até mesmo, traição. Em 1947 havia sido criado, pelo então senador  Joseph McCarthy, Comitê de Atividades Anti-americanas, o qual se incumbia de investigar e punir tais atos de transgressão. O caso mais famoso certamente foi o do casal Julius e Ethel Rosenberg: acusados de alta traição por terem fornecido à União Soviética o segredo da bomba atômica, os dois foram executados em 19 de junho de 1953. A decisão foi e ainda é questionada por inúmeros políticos, intelectuais e outras figuras públicas. Tomemos por exemplo o depoimento de Jean Paul Sartre na época do ocorrido: "Vocês americanos são coletivamente responsáveis por esse assassinato. Alguns por o terem patrocinado, e o restante, por tê-lo consentido. Vocês permitiram que os Estados Unidos se tornassem berço de um novo fascismo".
Sob esse clima de terror que predominava em terreno norte-americano, as ideias do Dr. Wertham soavam como um alerta de alguém preocupado com o futuro do país. Sua reputação era inquestionável, suas credenciais eram as mais altas imagináveis (mais tarde viria a se tornar professor na Universidade de Nova York e diretor da clínica de higiene mental do Centro Hospitalar Bellevue), ou seja: "Se o Dr. Wertham está dizendo, então é inquestionável" era a opinião geral. Nesse período, pilhas de revistas em quadrinhos eram queimadas em praça pública sob as mais diversas alegações: incentivo à marginalidade, homossexualidade, comunismo e até influência demoníaca. Os heróis dos quadrinhos tornaram-se os vilões da vida real, e dentre todos, o primeiro a ser crucificado foi o Batman.
Certamente, todos já ouviram, em algum momento, uma piadinha de cunho pejorativo a respeito da sexualidade da dupla dinâmica. O que poucos sabem é que esses boatos tiveram início com o Dr. Wertham, segundo o qual o estilo de vida de Batman e Robin representava o paraíso idealizado por qualquer homossexual: um milionário adota um garoto já em idade avançada e os dois vivem luxuosamente em uma bela mansão, cercados de flores e com um mordomo sempre a seu dispor.
Algumas vezes, Batman está de cama por causa de algum ferimento. Robin aparece sentado ao seu lado. Eles levam uma vida idílica. São Bruce Wayne e Dick Grayson. Bruce é descrito como milionário bon vivant e Dick como seu pupilo. Eles moram numa mansão suntuosa com lindas flores em vasos enormes. Têm um mordomo, Alfred. Batman aparece algumas vezes de roupão. Parece um paraíso, um sonho de consumo de dois homossexuais que vivem juntos. Às vezes aparecem num sofá. Bruce reclinado e Dick ao seu lado sem paletó e de camisa aberta. (WERTHAM, 1954).

Propaganda da época:
"Veja se o seu 'gibi' possui este selo".


 De acordo com essas afirmações, percebemos que O Dr. Wertham apoiava-se em signos visuais imediatos para embasar suas teorias. Assim sendo, independente da situação, os personagens deveriam estar sempre bem vestidos e não demonstrar qualquer sinal de sensibilidade (ou mesmo de humanidade). Infelizmente, tais argumentos eram convincentes para a sociedade da época.
Batman e Robin não foram os únicos a serem malhados. A Mulher Maravilha (criação do também psicólogo, Dr. William Moulton Marston, já famoso pela invenção do polígrafo), personagem surgida em 1941 como representação dos ideais feministas, era apontada ora como símbolo de subserviência sexual, ora como clara imagem do lesbianismo. As histórias policiais eram fiscalizadas rigorosamente, sendo vetadas a qualquer sinal passível interpretação de  de sexualidade, ocultismo, ideias comunistas ou violência demasiada. Nessa época, foi implantado o Comics Code Authority, criado pelos próprios editores de quadrinhos como forma de se auto-policiar aos olhos da censura. Nesse período, muitos títulos de horror, ação policial e mesmo romance foram cancelados ou drasticamente modificados para atender às novas exigências; os que eram publicados sob os padrões estabelecidos levavam na capa um selo de autenticação. Com o tempo, o código foi perdendo força e as editoras aos poucos foram libertando-se de sua influência, sendo oficialmente extinto no ano de 2011. 


American Horror Story: um terror realmente assustador.


Poster da 1ª temporada
            Depois do final de Lost, achei que nenhuma outra série de terror/suspense iria me prender na frente da TV como American Horror Story me prendeu. A série de terror sexy criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk (criadores da controversa série “Nip/Tuck”, conhecida aqui no Brasil como: “Estética”), Ryan também é o criador da série adolescente Glee. O interessante de American Horror Story é que ela se renova a cada temporada, ou seja, vamos ter uma nova história, novos atores, novos personagens. Sendo assim, a cada temporada teremos um desfecho particular da história, sem ter que esperar até a próxima temporada pra saber o que vai acontecer.
            American Horror Story (2011) é diferente de tudo que já vi. A história não percorre do jeito que imaginamos, e nem acontece do jeito que queremos e, mesmo assim, adoramos nos decepcionar com as loucuras do autor. Mas se você está esperando um terror comum, cheios de sustos e com aqueles clichês de Hollywood nem assista; o terror dessa série é dramático e psicológico, nela você teme o desconhecido, pois por mais óbvio que possa parecer, uma série ou um filme de terror tem que te assustar, e esta série cumpre essa função.
            A primeira temporada conta a história da família Harmon: O Dr. Ben, sua esposa Vivien e sua filha Violet, eles se mudam para Los Angeles depois que Vivien sofre um aborto e Ben tem um caso extraconjugal. Na nova casa, os Harmon descobrem que o lugar abriga segredos, assassinatos e histórias bizarras sobre os antigos moradores. 
Família Harmon
            Se você assistir o primeiro episódio da primeira temporada e não se apaixonar pela série, não se preocupe você não vai mais querer assistir mais nenhum episódio. Além de uma história decente, as atuações ajudaram a tornar esta série (inovadora) um sucesso mundial. E não têm como falar das atuações impecáveis, sem falar da vencedora do Globo de Ouro, Jessica Lange, que levou o prêmio pela atuação na série e Frances Conroy. Sem duvida alguma, essas duas atrizes deram um show à parte nessa história arrepiante. Elas interpretaram Constance (Lange), a vizinha sinistra dos Harmon e Moira (Conroy), a governanta velha, que aos olhos dos homens aparece jovem, linda e sedutora; aos olhos das mulheres, aparece velha e com um olho deformado que tem muita história por trás.
         Apesar de algumas falhas no roteiro, a série nos surpreende o tempo todo. Basicamente ela se sustenta em acontecimentos passados, pois quase todos os episódios se iniciam com um "flash back" de alguma época onde houve algum acontecimento sinistro, geralmente o assassinato de uma pessoa que volta como fantasma para assombrar a casa.
            A série mostra os dramas vividos pelos fantasmas, dando outro perfil a eles e não só aquele de que o fantasma é mau, assusta e tenta matar os humanos. Sim, na série tem esse tipo de fantasma, mas tem aqueles que tentam proteger, que amam, que fazem sexo ~ sim, os fantasmas dessa série fazem sexo e ainda engravidam os humanos ~, as histórias são bem intrigantes, mas não vou contar aqui, o motivo deste post é para incentiva-los a assistir “AHS”.
Poster da 2ª temporada
            Mas se a primeira temporada foi sensacional, não tenho nem palavras para descrever o que foi a segunda temporada, que foi nomeada de “American Horror Story: Asylum" (2012). Nesta temporada, Ryan nos conduz à Briarcliff, um sanatório que era comandado por uma perversa freira, a Irma Jude, também interpretada por Jessica Lange, o Asilo aparentemente é uma clínica psiquiátrica como qualquer outra, porém, tudo muda quando uma das freiras é possuída por um demônio e com a chegada de um serial killer: Bloody Face (Cara Sangrenta).
Bloody Face (Cara Sangrenta)
            Nesta temporada você vai encontrar de tudo, desde presenciar uma possessão demoníaca, até receber a visita de extra-terrestres; vai conhecer também os segredos de um serial killer perverso que remove a pele de suas vítimas, até alguns zumbis que habitam a floresta ao redor do sanatório. Sem duvida, a história da segunda temporada é bem mais elaborada, nos deixando apreensivos, sem parar de imaginar: “O que vai acontecer no próximo episódio?”. Dentre esses personagens, Lana Winters (Lana Banana) se destaca. A série passa, em determinado ponto, a se desenvolver a partir dela, pois ela é aprisionada em Briarcliff e é a única que pode por um ponto final nos horrores cometidos contra os pacientes deste sinistro asilo. O final da segunda temporada é surpreendentemente simples e cativante.   
Lana Winters
           Você pode dizer que tudo isso é clichê e já viu uma casa assombrada em “Atividade Paranormal” e terror num asilo em “A Casa da Colina”. Sim, mas como disse anteriormente, essa série diferente de tudo que já vi, e com certeza vai te surpreender do inicio ao fim. Então prepare seus nervos e sejam bem-vindos às mentes perturbadas de Ryan Murphy e Brad Falchuk.


Promo da 1ª temporada

Promo da 1ª temporada

Promo da 2ª temporada

Promo da 2ª temporada

By: Matheus Medrado




Nossa arte

A arte nos possibilita a descoberta de nós mesmos, exprimimos nossos conflitos mais íntimos e criamos exegeses criativas. Em nosso estranho país de políticos artistas, as políticas públicas voltadas para o ensino e/ou incentivo da arte, estão precários e insuficientes. 

A passos largos vemos nossas crianças e jovens sendo destruídos por drogas, prostituição e violência. Esses mesmo jovens e crianças poderiam está criando arte. São muitos os artistas ocultos ao nosso redor, gente que canta, dança, pinta e borda, porém vivem enclausurados pelo sistema, sistema capitalista, grande vilão e mocinho da arte.

O governo, bem como grande parte da sociedade, apoia aquilo ou aqueles que lhes dão retorno financeiro. Infelizmente, dizem alguns ignorantes que artista é “vagabundo” saibam pois os senhores que grande parte de nossa cultura foi construída por “vagabundos” a exemplos nacionais de: Carlos Drummond de Andrade com sua poesia desalienadora,  Glauber Rocha com seu cinema pensante e engajado, Nelson Rodrigues com sua peças teatrais extasiante, Fernanda Montenegro com sua atuação impecável, Tarsila do Amaral mostrando o Brasil “Abaporu” , Candido Portinari alertando-nos para as constantes “Guerra e Paz” entre os séculos, entre outros  tantos famosos e ocultos brasileiros que com sua arte mudam a vida e arregalam os olhos de muitas pessoas alienadas neste país tropical de samba, futebol e pobreza. 

Até mesmo nas escolas onde a disciplina deveria ser ministrada de maneira incentivadora, o que se percebe na maioria das vezes são pesquisas que pouco contribuirão para a construção do aprendizado dos alunos, muito superficiais. É preciso repensar urgentemente a arte em nossa sociedade, arte é vida, viver é uma arte. Acorda Brasil!

007: A franquia nunca morre!



“Meu nome é Bond. James Bond”. Essa célebre frase marca o início de uma verdadeira odisséia cinematográfica. Percorrendo os mais diversos caminhos ao longo de seus sessenta anos de existência, o mais famoso agente secreto a serviço de sua majestade consolidou um verdadeiro reinado nas telas de cinema por todo o globo. O que é sabido por poucos, no entanto, é que James Bond teve seus primeiros passos definidos nas páginas de um livro. 

Escrito por Ian Fleming em 1953, Cassino Royale foi o primeiro de uma extensa sequência de romances de sucesso. Após quatorze missões repletas ação, aparatos tecnológicos de ponta e muita sensualidade, 007 fica órfão. Na manhã do dia 21 de agosto de 1964 – dia do aniversário de doze anos de seu filho Caspar, Fleming vem a óbito após ter sofrido uma parada cardíaca na noite anterior. Dizem que suas últimas palavras registradas foram um pedido de desculpas para os motoristas da ambulância pela inconveniência, dizendo: "Lamento incomodá-los, rapazes. Eu não sei como vocês conseguem andar tão rápido com esse trânsito de hoje em dia". 
Após a morte de Fleming outros autores assumiram a pena nas aventuras de 007. A franquia iniciada com os quatorze livros originais (12 romances e dois livros de contos) era uma mina de ouro que, não seria abandonada tão cedo.
Capas dos 14 romances originais de 007 escritos por Fleming.

007 segundo Fleming.
Lápis: Adenivaldo Brito
O Bond idealizado por Fleming seria um homem entre os 33 e os 45 anos, alto, de boa aparência e com um olhar penetrante, capaz de seduzir qualquer dama com um simples fitar. Essas características, aliadas às tramas repletas de ação e lindas mulheres, concederam ao mais célebre agente do MI6 (Military Intelligence, section 6, designação tradicional, mas ainda vulgarmente conhecida como SIS) um carisma tão grande que cativara tanto aos homens quanto às donas de casa dos anos 1950. 

Tamanho sucesso não passaria despercebido pela indústria cinematográfica, levando o personagem às telas nove anos após sua estréia, em 53, com Cassino Royale. Em “Dr. No (na versão tupiniquim: 007 contra o satânico Dr. No)”, o primeiro longa metragem da franquia oficial, nosso D. Juan de gravata borboleta é obrigado a enfrentar um cientista anglo-chinês que tem por intuito destruir o programa espacial norte-americano. Para evitar que tal ambição se concretize, James Bond vai à Jamaica, onde conta com o auxilio da bela Honey Rider (Ursula Andress), a primeira Bond Girl dos cinemas. Estranhamente, o primeiro filme foi baseado no sexto livro da série, publicado em 1958. A película contou com a incomparável atuação de Sean Connery (até então pouco conhecido), no papel do agente. 

Vejam este ótimo vídeo comentado. Excelente trabalho do veterano "Omelete"

Como mencionado anteriormente, o percurso de James Bond no decorrer das décadas não foi curto. No seu currículo contam, além dos filmes e livros, seriados de tv, histórias em quadrinhos, desenhos animados e vídeo games que retratam as mais diversas histórias do personagem mais famoso de Fleming. Em meados de 1967 foi lançada 003½: The Adventures of James Bond Junior, uma fracassada série de livros que trazia um suposto sobrinho de James Bond. A ideia, obviamente, foi repudiada pelos fãs. Um dos principais motivos era o fato de Fleming já ter descrito o espião anteriormente como filho único e, desde então, jamais foi feita qualquer menção a um irmão. Há quem diga ainda que o garoto seria um filho ilegítimo de Bond. Esse sobrinho bastardo de 007 caiu no esquecimento até que, em 1991, é lançado James Bond Jr., animação que mostra, mais uma vez, o jovem Bond (agora com cara de filho do Pierce Brosnan) em aventuras bem mais light que as do seu suposto tio. Apesar de não ser exatamente um fenômeno como a série clássica, o desenho animado foi ligeiramente mais aceito que os livros dos quais nasceu, tendo ganhado ainda em 91 duas versões em vídeo-game para consoles Nintendo e uma revista em quadrinhos publicada pela famigerada Marvel Comics.

Não há como não relacionar à inspiração para tal personagem a carreira militar de seu autor. Fleming começou como nada menos que assistente pessoal de John Henry Godfrey, contra-almirante da Marinha Real Britânica, tendo sido recrutado em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial. Ao longo de sua carreira foi destacando-se no campo da administração e, ainda auxiliando Godfrey, foi incumbido de liderar a Operação Golden Eye (mais tarde, nome de sua casa na Jamaica, onde se refugiava a cada ano para escrever novos romances. Também tornou-se título de um filme em 1995) que consistia em uma rede de informações com a finalidade de sabotar as operações nazistas na Alemanha e Espanha. Foi ainda responsável pela criação de unidades táticas como a 30 Assault Unit, que tornou-se referência entre as equipes de inteligência naval em 1942, e a T-Force em 1944. Fleming não negava que a inspiração para Cassino Royale, romance que escreveu num espaço de dois meses, vinha em grande parte de suas próprias experiências. 
Um detalhe interessante sobre a origem do personagem diz respeito ao nome escolhido por Fleming: James Bond era um ornitólogo, autor do livro: “Birds of the West Indies”, o preferido de sua esposa. 

Mesmo com tudo o que se sabe sobre 007, o que fica mais nítido é que, como sugere o título deste texto, muitas missões ainda hão de vir. Independente de onde vão parar os direitos sobre obra daqui em diante, certamente ainda ouviremos muitas vezes um grande ator dizer: “My name’s Bond. James Bond.”.





Lista de filmes "oficiais", produzidos pela EON 
(atual detentora dos direitos sobre a obra de Fleming)
Título originalTítulo no BrasilTítulo em PortugalAnoAtor principalDiretor
Dr. NoO Satânico Dr. No (cinema e televisão)
007 contra o satânico Dr. No (vídeo)
007 - O Agente secreto1962Sean ConneryTerence Young
From Russia with LoveMoscou contra 007007 - Ordem para matar1963
Goldfinger007 - Contra Goldfinger007 - Contra Goldfinger1964Guy Hamilton
Thunderball007 - Contra a chantagem atômica007 - Operação Relâmpago1965Terence Young
You Only Live TwiceCom 007 só se vive duas vezes007 - Só se vive duas vezes1967Lewis Gilbert
On Her Majesty's Secret Service007 - A serviço secreto de Sua Majestade007 - Ao serviço de Sua Majestade1969George LazenbyPeter R. Hunt
Diamonds Are Forever007 - Os diamantes são eternos007 - Os diamantes são eternos1971Sean ConneryGuy Hamilton
Live and Let Die007 - Viva e deixe morrer007 - Vive e deixa morrer1973Roger Moore
The Man with the Golden Gun007 - Contra o homem com a pistola de ouro007 - O Homem da Pistola Dourada1974
The Spy Who Loved Me007 - O espião que me amava007 - Agente Irresistível1977Lewis Gilbert
Moonraker007 - Contra o foguete da morte007 - Aventura no Espaço1979
For Your Eyes Only007 - Somente para seus olhos007 - Missão ultra-secreta1981John Glen
Octopussy007 - Contra Octopussy007 - Operação Tentáculo1983
A View to a Kill007 - na mira dos assassinos007 - Alvo em Movimento1985
The Living Daylights007 - marcado para a morte007 - Risco Imediato1987Timothy Dalton
Licence to Kill007 - Permissão para matar007 - Licença para matar1989
GoldenEye007 - contra GoldenEye007 - GoldenEye1995Pierce BrosnanMartin Campbell
Tomorrow Never Dies007 - O amanhã nunca morre007 - O Amanhã Nunca Morre1997Roger Spottiswoode
The World Is Not Enough007 - O mundo não é o bastante007 - O Mundo não Chega1999Michael Apted
Die Another Day007 - Um novo dia para morrer007 - Morre Noutro Dia2002Lee Tamahori
Casino Royale007 - Cassino Royale007 - Casino Royale2006Daniel CraigMartin Campbell
Quantum of Solace007 - Quantum of Solace007 - Quantum of Solace2008Marc Forster
Skyfall007 - Operação Skyfall007 - Skyfall2012Sam Mendes
Bond 24

2014